O Monstro de Gás

Quinta-feira, 17:45h, casa 

Reunidos na sala de reuniões do centro ufeviano, a liga de "quem podo, pode, e obedece quem tem juízo" estava decidindo o futuro dos alunos da universidade. 

Enquanto decide se pede uma pizza de calabresa ou de muçarela, o telefone toca na casa do Luiz.

Não, não era uma chama qualquer. Não, não era a Flávia. Não, não era procurando o Salão da Cleuza. Era uma chamada de longe, quase da Puta que Pariu. 

Quem esperaria que naquela tarde eu veria minha vida passar diante dos olhos. Foi praticamente um vídeo do Youtube, bem rapidinho, mas pareceu episódio de Vende-se um Véu de Noiva, pareceu uma eternidade.

Imagina a cena...

Estava eu em casa esperando a decisão da UFV sobre adiar as aulas ou não, quando o telefone toca. Do outro lado da linha Ana falando que havia vazamento de gás no prédio dela e que teriam que olhar o apartamento, mas como ela não estava em Viçosa, era pra eu ir lá acompanhar.

Até ai tudo bem, me troquei rápido e corri lá achando que seria algo tranquilo.

Mas chego lá, o prédio sendo ventilado, um cheiro de gás forte que dava pra sentir na rua e a luz desligada.

Subo as escadas e uma multidão na porta do apartamento dizendo que era ali o foco.

Pronto, estava eu como testemunha de uma futura explosão. Porém, não satisfeitos, ao abrir a porta o síndico manda eu ir na frente, como representante da locatária.

(pausa dramática) Imagina minha cara de carne frita. Ai foi a hora que vi o curta da minha vida. Entrei no apartamento e o síndico fala: pode ligar a luz. Tremi até a base. Sério, até esqueci meu nome naquele momento.

O vazamento não era no apartamento. O gás estava fechado e o cheiro lá nem era forte. 

Assinei como testemunha a nota de ocorrência e o mundo foi salvo pelo Homem do Gás.

Lições aprendidas no dia:

Elevadores não funcionam sem luz.

Sempre há um culpado inocente.

A Puta que Pariu é um lugar que existe sim.

Gás de cozinha tem um cheiro muito forte, sabor e consegue fazer você chorar.

A vida da gente pode ser um curta metragem mal editado.

Moral da história: Luiz Eduardo e gás não se misturam.