Nos últimos meses o ritmo tem feito eu deixar o blog meio de lado, mas não poderia de manter a tradição e fazer o balanço do final do ano.
Dia 1º de janeiro começou com o anúncio de uma tragédia.Pousada é Soterrada em Angra dos Reis.
Deslizamento, na noite de Ano Novo, faz o país acordar percebendo que quando o homem ocupa lugares instáveis naturalmente, não há distinção econômica. Seja numa favela ou numa linda praia, todos estamos sujeitos à força da natureza.
Lá no dia 12 o mundo olhou pro Haiti.
Um país desgraçado economicamente, que vive em situação de extrema pobreza, miséria, péssimas condições de educação saúde e moradia, ainda passando por anos de violência.
E aqui abro um parênteses: a violência que acontece nas grandes cidades do Haiti, são exatamente porque bandidos ocuparam o lugar no qual o Estado devia estar presente.
Semelhanças com algo?
O terremoto no Haiti devastou grande parte da população. Não fez distinção entre ricos e pobres.
Apontou ao mundo um problema que não gostamos de olhar, que é um país com o mesmo sistema que o nosso se dar mal.
Houve milhares de perdas: crianças, mulheres, pais de família e da personalidade Zilda Arns que morreu fazendo aquilo que defendeu a vida toda: difusão do conhecimento e acompanhamento das famílias em prol de uma infância digna.
Haiti pós terremoto |
Uma terra que já é instável, sofreu um grande susto.
Muita coisa foi destruída, pessoas morreram, mas eles sabiam como reagir.
A experiência e a ajuda internacional minimizaram o sofrimento dos vizinhos do Pacífico.
Teve muita violência, assassinatos, mortes e drogas.
O ano é marcado pro tragédias automobilísticas e julgamentos de casos ícones da década, como é o caso do casal Nardoni, julgado e condenado em março.
Em abril tivemos nossa própria tragédia.
Dia 7, em meio a temporada de chuvas, houve o deslizamento do Morro do Bumba em Niterói.
Na verdade não foi apenas esse morro, mas sim dezenas.
Mas o Bumba virou uma caixa de surpresas. Nem as autoridades sabiam dimensionar a tragédia, simplesmente porque desconheciam o lugar, a situação, ignoravam.
A ocupação de um morro erguido em cima de anos de lixo era uma tragédia anunciada.
Sabemos que lixões não são a melhor maneira de se desfazer do lixo por motivos como este. Você mata o solo, mas a cidade cresce e precisa de solo.
Algumas pessoas morreram e dezenas perderam suas casas. E nunca mais ouvimos falar delas.
2010 foi ano de eleição? Fato! Mas também é fato que foi ano de copa.
Se tem uma nação que para pra ver a Copa, essa é o Brasil.
Tá certo que esse ano não vi muita animação.
Não tínhamos artilheiros em destaque e ao menos na minha cidade o pessoal não estava tão animado.
Poucas bandeiras e nada de ruas enfeitadas, mas uma coisa era fato: tínhamos vuvuzelas.
Espanha, campeão do mundo de 2010 |
Claro que a vuvuzela foi uma praga que durou um mês inteiro. Ainda bem.
No final o Brasil foi eliminado pela Holanda, a Espanha ganhou e as vuvuzelas viraram mais um ítem no fundo do armário.
Em julho, a Copa nem tinha acabado, e começou uma novela envolvendo o goleiro do Flamengo Bruno. Daí pra frente seu time desandou, a vida de dele também e Eliza Samudioo? Nunca mais se ouviu falar dela.
Agosto foi mês de começar a campanha eleitoral.
Pouco mais de dois meses pra fazer desconhecido virarem ícones, conhecidos usarem toda sua credibilidade para levar outros candidatos de carona e a dura tarefa de escolher seis candidatos.
A campanha foi tensa. No caso presidencial não foi fácil ganhar credibilidade.
O destaque foi o acompanhamento da campanha na internet e debates mornos.
Ah, em agosto também os mineiros, do Chile e não de Minas, foram soterrados.
E ficaram vivos!
Em outubro a Dilma ganhou, o Anastasia virou em MG e os mineiros, do Chile, foram resgatados, viraram piada e vão virar filme.
Teve também o Tiririca que não prometeu nada e foi o deputado mais votado da eleição este ano.
Pior que tá não fica.
Depois do Chile, essa coisa de mineiros soterrados virou moda, teve pelo menos mais três casos em seguida no mundo, mas sem o mesmo acompanhamento da imprensa.
Nada de filme pros outros.
Subida do Alemão |
No mês de novembro, logo depois do lançamento de Tropa de Elite 2 (o filme nacional com maior bilheteria da história) os traficantes resolveram mostrar poder. Colocaram fogo em carros e ônibus.
A polícia ficou irada e o governo deu carta branca.
Polícias, Bope, Exército, Marinha... Numa operação enorme as forças subiram os morros e eu pouco mais de uma semana "libertaram" as comunidades.
Isso tudo ao vivo na TV!
Houveram muitas críticas, a operação não foi 100% bem sucedida, mas a operação se tornou um símbolo para os governos e para as polícias.
Que venham mais símbolos então.
Dezembro foi um mês paradão.
A economia brasileira vai bem, o povo quer gastar!
Começou o período de chuvas e veio a COP 16.
Um monte de países reunidos para discutir o clima e o meio ambiente do planeta. Serviu pra mostrar que todos estão de olho no Brasil e prometeram continuar a fazer coisas boas pra natureza.
Foi quase uma furada ir pro México pra esse encontro.
Ainda bem que tem tequila e Cancún
Não tiveram destaques de longa duração esse ano e o ano se destacou pela própria cobertura joranlística. Foi pura metalinguagem.
Que venha 2011, com mais esperança.
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