terça-feira, 24 de junho de 2008

Um fim de semana de festas em Viçosa

O sábado, em Viçosa, foi marcado por dois evendos importantes: a inauguração da nova sede da Câmara Municipal e a comemoração do Centenário do Hospital São Sebastião.

Tá, eu babo mesmo pela minha cidade... Mas afinal, eu nasci aqui, cresci aqui, é a única cidade que eu realmente conheço, e tenho motivos pra gostar dela.
Ela pode não ser enorme, não ter Mc Donalds nem um Shopping descente; pode não ter metrô, nem praia, mas tem cultura, bons serviços, dinamismo, festas, civismo, história...

A Hístória da cidade não é tão antiga, no máximo remonta a 200 anos. Mas marcos dessa história ainda resistem, mesmo que descaracterizados, e mais importante que as obras físicas há a lembrança.

E para resgatar essa lembrança a Câmara Municipal decidiu reformar o prédio que um dia fora sua sede.
O antigo edifício da Câmara/Cadeia, há muito nã existe mais. O legislativo se mudou para o edifício da Prefeitura, que na época de sua construção era símbolo de modernidade (hoje é simbolo de decadência). No prédio, depois de reformado, buscando a modernidade, tornou-se Fórum.

Há uns anos o Fórum mudou-se para uma bela e ampla sede próximo ao antigo Colégio de Viçosa. Desde esse fato o Legislativo buscou retomar seu antigo prédio.

Havia a possibilidade da construção de uma Câmara inteirmente nova, até mesmo na área do Colégio de Viçosa. Seria uma boa idéia, mas acho que a decisão mais correta foi tomada.

Os viçosenses estão se afastando do centro para dar lugar aos prédios para estudantes. Efeito semelhante ao que aconteceu no meio do século passado nas grandes cidades.
A Sede da Câmara no "centro histórico" de Viçosa resgata o sentimento de cidania, o sentimento de orgulho de um povo, sentimento que um prédio afastado poderia não gerar.

A obra durou uns dois anos, devido a empecilhos da reforma. Não buscou resgatar a velha arquitetura, pois aquela não volta mais, mas buscou o velho sentimento de orgulho pelo edifício. Mechendo pouco na fachada e muito por dentro, a nova sede da Câmara Municipa é moderna e bonita. Eu já estou cheio de orgulho.

Mais atrativa à participação popular, o dinheiro investido valeu cada centavo, pois não é só de obras sociais que o cidadão vive. Ele merece dignidade, respeito, orgulho, apego, beleza, e espírito de nacionalidade.

Fachada reformada
Entrada convidativa
O hall de entrada nos remete ao passado orgulhoso do prédio
Plenário
Uma escada sempre é simbólico

Na escada, a galeria de ex-presidentes da Câmara

No segundo andar os gabinetes dos vereadores.

(fotos retiradas do site da Câmara Municipal de Viçosa: www.camaravicosa.mg.gov.br/?area=noticias&acao=ler&article=450)

Não fui à inauguração da Câmara, mas fui à comemoração no hospital.

O coral da minha antiga escola, Madre Santa Face, e o coral da UFV abriram o evento (lindo).

Em seguida a cerimônia de tombamento do bloco mais antigo do hospital, que apesar de descaracterizado internamente, passou por uma revitalização externa, e mantém o sentimento histórico e a função pra qual foi criado.

Um vídeo contou a história do hospital e em seguida houve muitos discursos, referindo-se ao passado honroso, ao presente moderno e ao futuro próspero (preve-se até uma nova ala no hospital pra breve).

Muitas homenagens depois, ao final, a Orquestra de Câmara de Viçosa tocou, e finalizou com um parabéns e "chuva de prata". Um coquetel fechou o evento.

Eu gostei muito da festa, apesar de uns discursos longos e outros engraçados. Achei merecidas as homenagens e me senti tocado, porque é o hospital mais presente na história da minha família (eu até nasci lá).

Foto do antigo bloco do hospital (retirada do site http://www.hssvicosa.com.br/)

Diante de um dia em que se refletiu a valorização do valor histórico intrínseco na edificações, e principalmente o valor sentimental da sociedade pelo patrimônio do centro, eu me pergunto... Não seria o caso de se tombar outras obras antes que os prédios arrasem mais quarteirões? Não é hora de trazer a população de volta para o centro, como fonte de turismo, lazer e cultura? Não seria o caso do poder público incentivar a preservação do patrimônio e impedir sua destruição?

O que se viu é que o povo ama o que tem e gostaria de preservar, mas que as vezes se vê atordoado ao ver a modernidade, confundindo-a com progresso.

Progresso é usar o que se tem de maneira digna que honre o passado e nos leve pra frente, não deixando às traças nem trocando com blocos de concreto.

Gasta-se dinehiro sim, mas o cidadão percebe que o que é impagável é o valor histórico e artístico de um povo.

2 comentários:

Marcella Valadares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

ô, orgulho cívico pouco é bobagem.
Vou te indicar pra ganhar a comenda do tio Arthur Bernardes por divulgar a cidade pela net, ok? Vou memso, só vou perguntar alguém como se faz isso ;)